
Belas pernas podem embaralhar a cabeça de muita gente! Especialmente a dos zoólogos, mas de uma forma muito peculiar. Entre os animais, existe uma imensa gama de pernas, em animais muito diferentes, usadas para as mais variadas funções. As pernas, de uma maneira geral, muitas vezes refletem os hábitos dos animais, e podem por si só representar um determinado táxon (grupo taxonômico). Por exemplo: pernas articuladas caracterizam e garantem o nome dos artrópodes.
Embora todos os artrópodes descendam de um ancestral comum e que possuía apenas um tipo de perna, os artrópodes atuais apresentam as mais variadas formas de pernas. Curiosamente, estas pernas são bem adequadas as suas funções ( ou seria o contrário...? Questão em aberto!).
Esta aranha viúva-negra, por exemplo, tem as pernas do tipo marchador, mui apropriados para seu hábito cursorial (que caminha - ver posts anteriores).
Já este gafanhoto, possui o terceiro par de pernas saltador, o que o permite se lançar a grandes distâncias. O grilo-toupeira, outro inseto, possui o primeiro par de pernas curto, largo e cheio de indentações, muito apropriado para a escavação. Todavia, como um bom grilo que é, ainda possui o terceiro par de pernas do tipo saltador; para não falar em seu par de asas.
Crustáceos do gênero Artemia, muito comuns em lagoas hipersalinas como Araruama, RJ, nadam muito bem com suas pernas do tipo filopódio, e por aí vai.
Embora todos os artrópodes descendam de um ancestral comum e que possuía apenas um tipo de perna, os artrópodes atuais apresentam as mais variadas formas de pernas. Curiosamente, estas pernas são bem adequadas as suas funções ( ou seria o contrário...? Questão em aberto!).
Esta aranha viúva-negra, por exemplo, tem as pernas do tipo marchador, mui apropriados para seu hábito cursorial (que caminha - ver posts anteriores).
Já este gafanhoto, possui o terceiro par de pernas saltador, o que o permite se lançar a grandes distâncias. O grilo-toupeira, outro inseto, possui o primeiro par de pernas curto, largo e cheio de indentações, muito apropriado para a escavação. Todavia, como um bom grilo que é, ainda possui o terceiro par de pernas do tipo saltador; para não falar em seu par de asas.
Crustáceos do gênero Artemia, muito comuns em lagoas hipersalinas como Araruama, RJ, nadam muito bem com suas pernas do tipo filopódio, e por aí vai. 
Mas não são só os artrópodes que possuem pernas! Anelídeos poliquetas as tem de formas também muito variadas. Geralmente se apresentam na forma de um lobo dorsal e um lobo ventral, como neste magnífico verme-de-fogo.
Todavia, muitas especializações ocorreram. No Chaetopterus, um poliqueta que vive em um tubo em forma de "U", algumas pernas se modificaram em verdadeiros cestos secretores de um muco capturador de matéria orgânica em suspensão, que lhe serve de alimento. O animal produz um fluxo contínuo de água pelo tubo, renovando desta forma o aporte de nutrientes.
Outros animais se despiram de suas pernas, como as minhocas e sanguessugas, mas isso já é uma outra história.
Todavia, muitas especializações ocorreram. No Chaetopterus, um poliqueta que vive em um tubo em forma de "U", algumas pernas se modificaram em verdadeiros cestos secretores de um muco capturador de matéria orgânica em suspensão, que lhe serve de alimento. O animal produz um fluxo contínuo de água pelo tubo, renovando desta forma o aporte de nutrientes.
Outros animais se despiram de suas pernas, como as minhocas e sanguessugas, mas isso já é uma outra história.
Nos vertebrados? Achei que estes já estavam bem batidos, mas vamos lá. Bem, é preciso que antes se deixe bem claro, que há uma hipótese amplamente difundida de homologia serial entre braços e pernas. O que isso quer dizer? Que pra fins práticos, trataremos braços como pernas modificadas ao longo da evolução, por mais estranho que possa parecer.
As primeiras pernas - apenas um par - foram nadadeiras, encontradas desde os primeiros fósseis de osteostracos, peixes sem mandíbula dotados de uma pesada armadura óssea.
Nos peixes com mandíbula, elas se duplicaram, totalizando dois pares. A partir daí foi só alegria: o segundo par - o posterior - geralmente mais recatado, e o primeiro par dando origem à todo tipo de invenções. Inúmeros retornos à vida aquática aconteceram, e nestas vezes observamos uma mudança análoga nas pernas anteriores: ictiosauros, plesiosauros
, baleias, peixes-bois, tartarugas marinhas, e por aí vai. Da mesma forma, sapos, cangurus, coelhos e outros saltadores possuem especializações similares. Escavadores como toupeiras, tuco-tucos
e a estranha toupeira-das dunas
- todos esses roedores - possuem braços curtos, fortes e com garras bem desenvolvidas. Para não falar nos voadores: aves, morcegos e pterodáctilos (Compare-os em posts anteriores).
Nos peixes com mandíbula, elas se duplicaram, totalizando dois pares. A partir daí foi só alegria: o segundo par - o posterior - geralmente mais recatado, e o primeiro par dando origem à todo tipo de invenções. Inúmeros retornos à vida aquática aconteceram, e nestas vezes observamos uma mudança análoga nas pernas anteriores: ictiosauros, plesiosauros
, baleias, peixes-bois, tartarugas marinhas, e por aí vai. Da mesma forma, sapos, cangurus, coelhos e outros saltadores possuem especializações similares. Escavadores como toupeiras, tuco-tucos
e a estranha toupeira-das dunas
- todos esses roedores - possuem braços curtos, fortes e com garras bem desenvolvidas. Para não falar nos voadores: aves, morcegos e pterodáctilos (Compare-os em posts anteriores). Resumidamente, é notável a a forma como as pernas são muito importantes nas especializações ecológicas dos animais. Mais ainda, a morfologia muitas vezes se modifica de maneira convergente. Isso pode muitas vezes confundir os zoólogos, os levando a julgar como homólogas características que não tem origem no mesmo evento evolutivo. Seja como for, andando, saltando, nadando, escavando ou voando, você ainda vai precisar das pernas um dia!
Para saber mais:
BRUSCA, G. J.; BRUSCA, R. C. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2007. 1092 p.
POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; Janis, C. M. A Vida dos Vertebrados. 4. ed. São Paulo: Atheneu SP, 2008.
750p.




Na reprodução assexuada, todo o material genético é passado para a próxima geração, que será composta de clones do progenitor. Já na reprodução sexuada, metade do material genético da mãe é perdido na próxima geração, porque metade do genoma do embrião será do pai e metade da mãe. Mas se é tão caro assim, como este modo de reprodução manteve-se na maioria das formas de vida pluricelulares? Não há um veredito sobre o assunto. Vale lembrar que reprodução sexuada e a cópula não são sinônimos! A cópula é apenas a passagem de material genético dos animais de reprodução interna, enquanto a reprodução sexuada precisa necessariamente gerar um novo indivíduo contendo metade dos genes do pai e metade da mãe.
Vamos aumentá-lo em uma unidade, agora. Ele terá lado 2cm, área 4cm2 e volume 8cm3. Caso aumentássemos ainda mais o aumento em unidades de medida continuaria desproporcional, porque a área aumenta ao quadrado, enquanto o volume aumenta ao cubo.
E o que isso tem a ver com os organismos? TUDO!

Não, não este kiwi! Este aqui:
do gênero Apteryx (“sem asa”, em grego). Esta ave sofreu uma grande redução do tamanho do corpo ao longo da sua evolução, se comparado com outras ratitas (grupo que engloba aves como avestruzes, emas, e o extinto moa).
Alguém poderia então alegar que ele é um exímio voador! No entanto, ele não só não voa (não possui asas, como o nome do gênero indica) como é um excelente corredor! Mas todas as ratitas vivas são cursoriais, e o kiwi não é exceção. Por causa das características herdadas por seus antepassados e não modificadas no curso da evolução, como redução das asas, por exemplo, o tamanho de corpo dele nada tem a ver com capacidade de vôo; talvez tenha com sua velocidade na corrida.
Se repararem na foto, entenderão melhor: os ossos da “planta” do pé (metatarsos) estão fusionados e erguidos, parecendo uma estrutura única, mas os ossos dos dedos (falanges), não. Como os metatarsais não tocam o solo,
muita gente acha que as aves (e outros dinosauros) possuem o joelho voltado para trás, o que claramente não é verdade. A postura digitígrada é recorrente na natureza, assim como a plantígrada(metatarsais tocam o solo, figura A)
, e permite que os animais sofram menos atrito com o solo, durante a locomoção. Isso possibilita animais pequenos correrem mais rápido, e animais grandes, com suas patas colunares, deslocarem seu peso com menos gasto energético. 

além da redução dos dedos (imagem da pata de um tiranossauro), características visíveis nas aves ainda hoje (reparem na foto da fúrcula, mais abaixo). É interessante notar que pterossauros não possuem acetábulo perfurado (a concavidade da foto marcada por "ac" é o acetábulo),
eram plantígrados e sua estrutura de asa é enormemente diferente da das aves, como mostra a figura;
Isso nos mostra que Pterosauros não são dinossauros, e representam uma linhagem evolutiva distinta, apesar de serem arcossauros, como os dinossauros e crocodilos o são.
Este osso é relativamente flexível, e ao se deformar para acomodar o batimento das asas, permite um vôo mais eficaz.
Outra característica que possibilita o vôo é o esqueleto pneumatizado (oco). Isso reduz grandemente o peso do animal, e aves atuais possuem maior peso em penas do que em ossos, por incrível que pareça!
No entanto, como para várias outras características, a fúrcula e o esqueleto pneumatizado não são exclusivos das aves: os terópodes em geral já apresentavam estas características. Animais predadores-corredores se beneficiariam de um esqueleto oco por permitir a redução do peso do corpo, permitindo um deslocamento mais rápido.
Um experimento com embriões de galinha demonstrou que apenas algumas modificações na expressão de um gene inativaram a formação dos dentes nas aves. Estes pesquisadores, ao induzirem a expressão da molécula que havia sido inativada, conseguiram gerar galinhas com dentes!
Quando experimentalmente, se induz um crescimento maior da fíbula, nota-se a formação daqueles ossículos do tornozelo que haviam sido perdidos ao longo da evolução. Isso nos mostra que muitas vezes, o potencial genético necessário para formar certas estruturas não foi perdido, faltando apenas um estímulo para que a formação ocorra.
As aves povoam desde sempre o imaginário humano, com representações que datam da pré-história, como pinturas rupestres (Esta é de Serranópolis, Goiás). Deuses egípcios importantes como Hórus, Rá e Tot eram representados por aves. 


Mas se os dromeossauros não voavam, pra que então serviriam as tais penas? Durante algum tempo especulou-se que pudessem ser utilizadas em rituais de corte, para conquistar parceiros (como algumas pessoas fazem com as roupas, hoje em dia). Em um segundo momento, o conhecimento acumulado ao longo deste tempo permitiu a proposição de uma elegante hipótese, baseada em algumas premissas:
Posteriormente, na década de noventa, viu-se que aqueles ovos eram de terópodes, e que possivelmente aquele animal teria morrido enquanto repousava sobre seus ovos! Outros ovos de terópodes foram encontrados dispostos em maneira ordenada, indicando fortemente uma preocupação em organizar os filhotes. Mais do que isso: seus ovos estavam dispostos de maneira ordenada, indicando um cuidado organizacional encontrado não nos répteis, mas nas aves. 
